Por: Marina Paesano
Quando falamos sobre o ser humano, temos a tendência de subdividi-lo em partes na tentativa de compreender melhor o grande mistério da vida.
Por isso falamos em corpo, mente, emoções, energia, alma, espírito, etc. Estas cisões são meramente didáticas, pois elas se inter-relacionam todo o tempo, se complementam, são interdependentes e estão no indivíduo, não fora dele.
Partindo desse pressuposto, uma pessoa em sofrimento, seja ele físico, emocional, mental ou espiritual, deve ser tratada em todos os níveis, ou nos níveis possíveis. Essas funções se inter-relacionam e ao equilibrar uma delas, consequentemente, causará melhora nas outras.
Contudo, para que possamos progredir, nos desenvolver, passamos por desequilíbrios. Estes desequilíbrios são as molas propulsoras para a evolução em todas as direções.
A síndrome do pânico se caracteriza por sintomas nos quais o paciente “perde o controle” do próprio corpo: taquicardia, sudorese, extremidades frias, angústia, pressão no peito, falta de ar, uma sensação de “ficar louco”, ou sensação de morte iminente.
Pânico vem do grego – Deus Pã – que significa O GRANDE TODO. Seu corpo era metade homem e metade bode. A mãe, Driope, o rejeitou porque teve medo dele, então o entregou ao pai, Hermes, que o levou para o Olimpo. Este Deus, apesar de amedrontador, tinha muita energia e vitalidade.
É realmente assim que vejo o pânico: A pessoa que desenvolve esta síndrome, normalmente tem uma grande mudança interna a ser feita para que possa evoluir em termos do seu desenvolvimento emocional, psíquico e ou espiritual.
Contudo, a mesma energia que serviria para gerar processos de mudança, é embotada por causa do medo desta mudança. O medo do desconhecido é inerente ao ser humano. A princípio o medo é normal, aliás, todas as emoções são normais. O medo faz parte da preservação da espécie. Torna-se patológico quando a pessoa não tem consciência deste processo, daí o surgimento dos sintomas físicos.
O corpo físico é uma das formas de manifestação e comunicação do nosso inconsciente. É através dos sintomas físicos que percebemos que algo está em desacordo com a nossa própria essência. Esses sintomas são um alerta para a consciência, a respeito de algum desconforto emocional no qual não nos demos conta. Denunciam que o que estamos vivendo está em desacordo com nosso ser mais profundo, portanto no caminho contrário à evolução em todos os níveis.
A mesma energia que gera os sintomas é a necessária para a transformação do nosso ser. A sensação de morte por exemplo, pode indicar que algum aspecto da nossa personalidade precisa “morrer” para um novo aspecto poder “nascer”. Estamos falando dos processos de mudança acima citados. O que quero dizer é que devemos interpretar os sintomas num sentido simbólico e não literal.
Quanto aos tratamentos, a psicoterapia auxilia o paciente a detectar e transformar os aspectos psíquicos que estão em desacordo ou em contraposição ao seu desenvolvimento, gerando conflito e/ou sofrimento.
A medicação alopática é muito útil no controle dos sintomas, extremamente desagradáveis em alguns casos.
A acupuntura atua no campo energético do paciente, sendo uma técnica facilitadora para a cura física, mental e emocional. O indivíduo equilibrado é saudável!
O diagnóstico provável para a síndrome do pânico na acupuntura é o distúrbio do Shen (mente). Como o Shen habita no Coração, normalmente este paciente pode apresentar por exemplo, Fogo no Coração, normalmente advindo de uma deficiência do Rim (que é responsável pelo medo) que controla o Coração. Em alguns casos pode haver também uma desarmonia no Fígado. O tratamento na Acupuntura sempre foca o equilíbrio dos 5 elementos (água, fogo, terra, metal e madeira). As síndromes energéticas desenvolvidas são individuais, então, frente ao diagnóstico, é feita a escolha de pontos, orientação alimentar, fitoterapia, ou qualquer outra técnica da Medicina Tradicional Chinesa para equilibrar o paciente.
Em minha experiência clínica, pude constatar a cura total do pânico através da acupuntura e da fitoterapia energética chinesa. Em alguns casos se faz necessário a psicoterapia e em outros a medicação alopática também é indicada, normalmente por um psiquiatra.
Como não existem pessoas iguais, os tratamentos devem ser individualizados e, somente a partir de um diagnóstico bem feito, onde todas as partes que constituem o ser humano possam ser avaliadas, é que se pode determinar o tratamento adequado a cada pessoa.
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